Da Redação |
Em entrevista à TV Amazonas (afiliada da Globo no Estado), na quarta-feira (17), o governador Wilson Lima (União Brasil) voltou a criticar o atual governo federal pelo entrave às obras de recuperação da BR-319 (Manaus-Boa Vista).
Ao ser questionado sobre o assunto, Wilson disse que espera um retorno do grupo de trabalho criado pela gestão Lula para tratar sobre a estrada. E acrescentou sua crítica à visão que ele entende que o governo federal tem sobre a BR-319.
“A gente teve uma sinalização positiva com a criação do grupo de trabalho e tal, para entender em que ponto ficou. Eu estou esperando, a gente está naquele compasso de espera, entendendo quais serão os próximos passos. Agora, o governo federal tenta construir uma imagem de protetor da Amazônia, mas colocando nossa população de joelhos”, reclamou Wilson.
A classe política do Amazonas tem jogado nas costas da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) a responsabilidade pelo travamento dos trâmites que podem autorizar a recuperação da estrada.
Antes do retorno de Marina ao governo federal, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) prometeu recuperar a estrada, o que também não aconteceu.
Ao criticar Marina, aliados do ex-presidente da República costumam ignorar a promessa não cumprida nos 4 anos do governo Bolsonaro.
Wilson disse na entrevista que impedir a recuperação da estrada é atentar contra o direito de ir e vir da população do Amazonas.
“Isso não é justo. Não pode tolher um direito que é essencial do cidadão, o direito de ir e vir. Porque o cidadão que mora aqui no Amazonas ele é tão brasileiro quanto o cidadão que mora em qualquer outro lugar do Brasil”, afirmou Wilson.
Bola está com o Dnit
Em audiência na CPI das ONGs, em novembro de 2023, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que a liberação das licenças ambientais para recuperação da BR-319, no Amazonas, depende da conclusão dos estudos de impacto ambiental da obra por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que é o empreendedor da obra.
Segundo Agostinho, com a licença prévia emitida pelo Ibama, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL), cabe ao Dnit realizar os estudos necessários sobre o impacto ambiental do projeto e submetê-los ao órgão. O diretor afirmou que esse é um rito previsto na legislação brasileira desde 1981.
“Nesse caso específico da BR-319, no governo passado, houve a emissão da licença prévia, a primeira licença. Quando acontece isso, o prazo começa a correr para o empreendedor [o Denit]. Então, o licenciamento é como se fosse um pêndulo. Uma hora está com o poder público, outra hora está com o empreendedor. E nas últimas reuniões que o Dnit teve com a gente, o Dnit vem assumindo o compromisso e informando de que nos próximos meses deve entregar o restante dos estudos de impacto ambiental para que o Ibama possa fazer a avaliação. Então, a fase que estava com o Ibama, de licença prévia, já foi cumprida”, disse o presidente do Ibama.