Mísseis iranianos atingiram Tel Aviv e Haifa, Israel, antes do amanhecer desta segunda-feira (16), escalando as tensões no Oriente Médio. Os ataques iranianos, descritos como uma retaliação a incursões israelenses contra seus programas nucleares e de mísseis balísticos, mataram pelo menos oito pessoas e destruíram casas em Tel Aviv e Haifa.
No total, 24 civis em Israel foram mortos pelos mísseis iranianos, e pelo menos 100 pessoas ficaram feridas na blitz noturna. Imagens de vídeo mostraram mísseis sobre Tel Aviv, com explosões audíveis na cidade e em Jerusalém. Vários edifícios residenciais em um bairro densamente povoado de Tel Aviv foram destruídos, e áreas como o mercado Shuk HaCarmel, uma rua em Petah Tikva e uma escola em Bnei Brak também foram atingidas. Uma testemunha em Tel Aviv descreveu a experiência como “aterrorizante”.
As Forças Armadas de Israel afirmaram ter destruído a liderança nuclear e militar do Irã com ataques aéreos, matando quatro autoridades graduadas de inteligência e destruindo mais de um terço dos lançadores de mísseis iranianos. Israel informou que sete mísseis iranianos, dos menos de 100 disparados, caíram em seu território.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, inicialmente advertiu que os moradores de Teerã “pagarão o preço e logo”, mas depois esclareceu que Israel não tem intenção de prejudicar deliberadamente os civis de Teerã.
No Irã, o número de mortos chegou a pelo menos 224, sendo 90% civis. O Hospital Farabi e áreas vizinhas na província ocidental de Kermanshah foram atingidos por um ataque com mísseis, causando sérios danos materiais. O Irã, que enfrenta sua pior falha de segurança desde 1979, relatou a prisão de dezenas de supostos sabotadores e “espiões” ligados a Israel. A moeda iraniana perdeu pelo menos 10% de seu valor em relação ao dólar norte-americano desde o início do ataque israelense.
Em meio à escalada, o Irã anunciou que seu Parlamento está preparando um projeto de lei para sair do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), embora continue se opondo ao desenvolvimento de armas de destruição em massa. Israel é o único estado do Oriente Médio que não assinou o TNP e é considerado possuidor de um considerável arsenal nuclear, embora isso não seja confirmado nem negado.
Os perigos de uma escalada ainda maior pairavam sobre uma reunião de líderes do G7 no Canadá, com o presidente dos EUA, Donald Trump, expressando esperança de um acordo, mas sem sinais de diminuição dos combates no quarto dia de guerra. A estabilidade geopolítica no Oriente Médio já estava prejudicada pelos efeitos colaterais da guerra de Gaza entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.