MANAUS – O município de Ipixuna, localizado no interior do Amazonas, ocupa a última posição no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2023, conforme estudo divulgado nesta quinta-feira (8) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Com uma pontuação de apenas 0,1485, a cidade é a que apresenta o pior desempenho entre os 5.570 municípios brasileiros avaliados, destacando-se como símbolo das desigualdades regionais que persistem no país.
Localizada na fronteira com o Acre, Ipixuna é um exemplo dos desafios de municípios isolados na Amazônia, onde a falta de estradas, dificuldade de acesso a serviços públicos e dependência de atividades econômicas pouco diversificadas perpetuam o subdesenvolvimento.
O que o IFDM revela sobre Ipixuna?
O IFDM analisa três pilares fundamentais: emprego e renda, saúde e educação. Municípios com nota abaixo de 0,400 são classificados como de desenvolvimento crítico – caso de Ipixuna e dos outros nove piores colocados, todos localizados nas regiões Norte e Nordeste.
Além de Ipixuna, completam a lista dos dez municípios com piores índices:
- Jenipapo dos Vieiras (MA), com 0,1583;
- Uiramutã (RR), com 0,1621;
- Jutaí (AM), com 0,1802;
- Santa Rosa do Purus (AC), com 0,1806;
- Oeiras do Pará (PA), com 0,2143;
- Fernando Falcão (MA), com 0,2161;
- Limoeiro do Ajuru (PA), com 0,2420;
- Melgaço (PA), com 0,2429;
- Curralinho (PA), com 0,2431;
Norte e Nordeste concentram os piores índices
O estudo confirma a desigualdade regional: 87% dos municípios com IFDM crítico ou baixo estão no Norte e Nordeste. O Amapá tem 100% de suas cidades nessa condição, seguido por Maranhão (77,6%), Pará (72,4%) e Bahia (70,5%).
Enquanto isso, Sudeste, Sul e Centro-Oeste têm apenas 20% de seus municípios nessa situação. São Paulo é o estado com melhor desempenho: apenas 0,3% de suas cidades têm IFDM baixo ou crítico.
Melhora nacional, mas lentidão nos mais pobres
Apesar do cenário preocupante, o IFDM do Brasil avançou 29,8% em uma década, saltando de 0,4674 (2013) para 0,6067 (2023). O maior progresso foi em educação (52,1%), seguido por saúde e emprego.
No entanto, o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, alerta que, no ritmo atual, os municípios mais pobres só alcançarão o nível dos mais desenvolvidos em 2046 – um atraso de 23 anos.