Da Redação |
Garimpeiros que atuam na extração ilegal de ouro no rio Madeira, no sul do Amazonas, ameaçam reagir com violência às operações da Polícia Federal (PF). Por meio de grupos no WhatsApp, os garimpeiros trocam mensagens incitando confrontos, incluindo tiros e emboscadas contra agentes, além de planejar tumultos durante as comemorações do aniversário de 155 anos de Humaitá, que começaram na terça-feira (13) e seguem até esta quinta-feira (15).
As mensagens, obtidas pela reportagem da Folha de São Paulo, revelam um clima de tensão crescente.
Em um dos trechos, um garimpeiro afirma: “Tá na hora de meter bala nesses arrombados aí”. Outro sugere reunir-se no rio Beem para atacar os policiais: “Tem que comprar foguete, pra não deixar eles queimarem [as balsas]”. Há ainda relatos de áudios em que os garimpeiros discutem cercar os agentes no rio e impedir sua saída.
Governador mantém agenda
Apesar das ameaças à agentes da PF e do Ibama, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), cumpre agenda em Humaitá e Manicoré nesta quarta, 13, conforme reportagem do BNC.
Ameaças às festividades
Os eventos de aniversário da cidade, que incluem shows e atividades públicas, também estão no alvo.
Em um áudio, um garimpeiro declara: “Olha, a festa no Humaitá acabou, hein. Eu já tô chamando a minha equipe todinha pra descer lá pra praça”. No mesmo registro, é possível ouvir uma explosão ao fundo, indicando possível preparação para confrontos.
Histórico de conflitos
A região já foi palco de embates violentos. Em agosto de 2024, garimpeiros retaliaram agentes da PF e do Ibama após a destruição de 223 balsas de garimpo ilegal nos rios Madeira, Aripuanã e Manicoré. Na ocasião, os garimpeiros lançaram rojões contra policiais, exigindo a intervenção da PM. Quatorze pessoas foram presas.
Impacto ambiental e ilegalidade
O garimpo ilegal na região utiliza dragas para sugar o leito dos rios em busca de ouro, processo que inclui o uso de mercúrio – substância altamente tóxica que contamina a água e a vida aquática.