MANAUS – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (29/5) a Operação Linhagem, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas e lavagem de capitais. A ação, que contou com a participação de 100 policiais federais, ocorreu em diversas cidades do Amazonas, incluindo Manaus, Presidente Figueiredo, Tabatinga e Santo Antônio do Içá.
O ponto principal da investigação, realizada em conjunto com o Núcleo de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, recai sobre a infiltração da organização em estruturas institucionais, com a identificação de dois ex-vereadores e policiais civis entre os investigados.
A estrutura criminosa, liderada por membros de uma mesma família que são considerados os principais alvos, movimentou aproximadamente R$ 362 milhões em atividades ilícitas nos últimos três anos. Para ocultar os lucros obtidos principalmente com o tráfico de entorpecentes, a organização utilizava uma elaborada estrutura empresarial de fachada.
Os alvos principais da operação já possuem antecedentes criminais por tráfico de drogas. A investigação revelou que eles mantêm conexões com traficantes de diversas regiões do Amazonas e utilizam meios sofisticados para o transporte das drogas, como helicópteros e embarcações.
Além da participação de agentes públicos, a organização empregava o uso de laranjas, incluindo esposas e até funcionárias do lar, para a movimentação de valores ilícitos. Há também a suspeita de que parte dos recursos obtidos ilegalmente possa ter sido utilizada para financiar campanhas políticas, evidenciando ainda mais o grau de infiltração do grupo.
No âmbito da Operação Linhagem, foram expedidos 12 mandados de prisão preventiva, 2 prisões domiciliares e 30 mandados de busca e apreensão (22 para pessoas físicas e 8 para pessoas jurídicas). Adicionalmente, foram aplicadas 8 medidas cautelares diversas da prisão, a suspensão do exercício dos cargos públicos dos investigados e o bloqueio de suas contas bancárias.
As medidas cautelares cumpridas visam coletar provas adicionais sobre o esquema criminoso, buscando detalhar a procedência das drogas e identificar novos integrantes da rede. Se condenados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais, os investigados podem enfrentar penas superiores a 30 anos de reclusão.