Da Redação |
O desmatamento na Amazônia apresentou uma redução de 16,8% em 2024 em comparação com o ano anterior, segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) divulgado pelo MapBiomas nesta quarta-feira (14). A queda faz parte de uma tendência observada em cinco dos seis biomas brasileiros, com destaque para o Pantanal (-58,6%) e o Pampa (-42,1%). A exceção foi a Mata Atlântica, que registrou um aumento de 2%, influenciado por eventos climáticos extremos.
Apesar da redução, a Amazônia ainda concentra grande parte da perda de vegetação nativa no país. Juntamente com o Cerrado, os dois biomas responderam por 89% de toda a área desmatada no Brasil em 2024. Enquanto o Cerrado liderou em extensão total (652 mil hectares desmatados), a Amazônia manteve um ritmo preocupante, com 3.403 hectares perdidos por dia em média.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, três fatores contribuíram para a queda no desmatamento:
- Planos de combate por bioma: A criação de estratégias específicas para cada ecossistema;
- Maior atuação dos estados: Parcerias com órgãos como o Ibama para fiscalização e autuações;
- Critérios mais rígidos para crédito rural: Bancos passaram a considerar dados ambientais na concessão de financiamentos.
No entanto, a pressão agropecuária segue como principal vetor do desmatamento, responsável por 97% da perda de vegetação nativa nos últimos seis anos.
Regiões críticas
Enquanto a Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia) teve queda de 13% no desmatamento, o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 42% da perda nacional, especialmente no Cerrado. O Maranhão foi o estado que mais desmatou (17,6% do total), seguido por Pará (12,6%) e Tocantins (12,3%).
Outro ponto de atenção são as terras indígenas, que tiveram redução de 24% na perda de vegetação, mas ainda enfrentam casos graves, como a Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA), com aumento de 125% no desmatamento.
A Mata Atlântica foi impactada por desastres naturais, como as chuvas no Rio Grande do Sul, que destruíram 2.805 hectares de vegetação. Além disso, o relatório critica a falta de transparência em estados como o Maranhão, que não divulga dados completos sobre autorizações de desmate.
*Com informações da Agência Brasil