MANAUS – O Amazonas é o segundo estado brasileiro com a maior proporção de nascimentos de mães adolescentes, segundo dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2023, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o país enfrenta uma queda recorde no número de nascimentos – o menor em quase 50 anos –, o estado se destaca por um cenário que reflete desigualdades.
Em 2023, o Brasil registrou 2,52 milhões de nascidos vivos, uma redução de 0,7% em relação a 2022 e 12% abaixo da média pré-pandemia (2015-2019). O Amazonas segue essa tendência, mas com particularidades: 20,5% dos partos no estado foram de mães com até 19 anos, quase o dobro da média nacional (11,8%). Apenas o Acre supera esse índice, com 21,4%.
Especialistas apontam que a alta taxa de gravidez na adolescência no Norte está ligada a fatores como acesso limitado a métodos contraceptivos, contextos de vulnerabilidade e diferenças culturais.
“Mulheres em situação econômica mais frágil tendem a ter filhos mais cedo”, explica Klivia Brayner de Oliveira, gerente da pesquisa do IBGE. Enquanto no Sudeste 42,9% dos nascimentos são de mães com 30 anos ou mais, no Norte esse percentual cai para 29,3%.
Queda de óbitos e impacto pós-pandemia
O estudo também revela que o Amazonas acompanhou a redução nacional de mortes em 2023 (1,43 milhão no país, queda de 5% ante 2022). O declínio está associado ao fim da emergência sanitária da COVID-19, que elevou os óbitos em 2020-2021. No entanto, o estado ainda enfrenta desafios em registros vitais e causas de morte, especialmente em áreas remotas.
Confira os números no Amazonas (2023):
Mães adolescentes (≤19 anos): 20,5% (2º maior do país)
Mães com 30+ anos: 29,3% (menor percentual entre as regiões)
Nascimentos: em queda, seguindo tendência nacional (-12% vs. pré-pandemia).
*Com informações do IBGE e Agência Brasil.